Autoconhecimento

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Sempre me imaginei como um ser humano "superior" em alguns aspectos. A certeza de que a verdade sempre saia da minha boca e não de outras, um ícone de justiça, inatingível diante de pecados capitais, enfim, à beira da perfeição!

Quando jovem sempre fui muito religioso, praticante, ativo nas atividades paroquiais e fervoroso. Aliás, não há nada de errado nisto, exceto pelo fato de que eu não aceitava nenhuma pessoa que tinha outras crenças, pois era óbvio, a verdade estava comigo, Deus estava comigo!

Ao começar a trabalhar, tive a oportunidade de conhecer diversas pessoas incríveis e depois de admirá-las, acabei descobrindo que estas possuíam crenças e posicionamentos que não eram possíveis de aceitação, será?

Este foi o início de um processo de revisão da minha conduta e de como eu lidava com as pessoas que tinham diferentes opiniões sobre o mesmo assunto. Vejam que com certeza eu perdi oportunidades de fazer grandes amigos por algo que não deixa de ser preconceito, mas que principalmente é fruto do medo do desconhecido, da falta de autoconhecimento.

Alguns anos mais tarde, para ilustrar como é importante abrir a mente sobre todos os assuntos, tive a oportunidade de ler o livro Deus não é Cristão  e outras provocações - Organizado por John Allen, que é uma coletânea de vários discursos e mensagens de Desmond Tutu, vencedor do Prêmio Nobel da Paz e um dos ícones da luta contra o apartheid. Nos seus discursos ele questiona a reivindicação da exclusividade de Deus por um grupo religioso. Como exemplo ele pergunta "Qual a chance de eu ser Cristão se tivesse nascido na Índia?".

Já no trabalho, havia uma disputa velada sobre uma posição de destaque, onde eu era um dos concorrentes. Um dia fui chamado para uma conversa em particular e fui questionado pela liderança do que estava acontecendo, que eu não tinha bom rendimento e que já faziam duas semanas que não haviam entregas consistentes. Pois bem, mais uma vez precisei parar e refletir. Me dediquei a noite toda para achar a resposta e encontrei!

Meus amigos, contei duas pequenas histórias para ilustrar como o erro de não se aprofundar no autoconhecimento pode te levar a perder oportunidades e se enganar durante muitos anos, explico:

• Na primeira parte, sobre religião, continuo tendo minhas crenças, porém sei que existem outras maneiras de acreditar e que todas estão certas, afinal o que importa é o nome pelo qual chamamos o Criador, ou o sentimento que nos leva a isto?

• Quanto a disputa no trabalho, foi algo muito mais dolorido de identificar, porque o fato ocorria com um amigo e descobri que na verdade eu tinha inveja em determinadas situações e isto me fazia paralisar e ficar remoendo coisas travestidas de problemas normais, mas que no fundo era um sentimento horrível.

Portanto, eu lhes digo que o autoconhecimento é algo muitas vezes doloroso e até vergonhoso, mas o resultado é incrível!

Não tenho a pretensão de dar as dicas para melhorar seu autoconhecimento, existem pessoas mais indicadas para isto, mas me sinto na obrigação de falar que é um processo muito gratificante e que tornará sua vida melhor, pois diante das mais diversas situações você estará preparado para lidar com as suas reações, sabendo qual a melhor ação para atingir seus objetivos!

Um grande abraço,

Eliakin Cari.

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