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domingo, 6 de maio de 2018

O mundo das certezas e posições

"Nós não vemos as coisas como elas são, nós as vemos como nós somos!" 



Frase inspirada de Anais Nin para começarmos mais uma conversa sobre o que não devemos fazer!

Tempo estimado de leitura: 4 min


Como já dito em outros momentos, fui um jovem muito dedicado a religião. Investi muitas e muitas horas na construção de coisas legais e que realmente tinham a intenção, e algum sucesso, em ajudar as pessoas fisicamente e espiritualmente.

Acontece que sempre via os integrantes de outras religiões como seres humanos menos inteligentes ou no mínimo, que não tiveram a oportunidade de conhecer a "verdade"! 

Também já fui defensor ferrenho de posicionamentos políticos e de políticos. Tive certeza quando discuti com minha esposa, quando apanhei da minha mãe, quando levei uma bronca do meu pai, quando briguei com meus irmãos. Se minha vida fosse contada em um Tribunal, com certeza seria o caso "O mundo contra Eliakin", até porque eu sempre tive razão.

Falando em direito e certezas, lembrei de uma história contada pelo Ministro do STF, Luís Roberto Barroso, em uma formatura onde era patrono, com relação ao "caso de arremesso do anão", que pelo visto é comum sua análise pelos estudantes de direito:

Em uma localidade próxima a Paris, uma casa noturna realizava um evento, um torneio no qual os participantes procuravam atirar um anão, um deficiente físico de baixa altura, à maior distância possível. O vencedor levava o grande prêmio da noite. Compreensivelmente horrorizado com a prática, o Prefeito Municipal interditou a atividade.

Após recursos, idas e vindas, o Conselho de Estado francês confirmou a proibição. O Conselho afirmou que se aquele pobre homem abria mão de sua dignidade humana, deixando-se arremessar como se fora um objeto e não um sujeito de direitos, cabia ao Estado intervir para restabelecer a sua dignidade perdida. 

Temos aqui um caso sem muita complexidade, onde temos a certeza quanto a posicionamento que deveria ser tomada pelas autoridades, mas:

Por sua vez, o anão recorrera em todas as instâncias possíveis, chegando até mesmo à Comissão de Direitos Humanos da ONU, procurando reverter a proibição. Sustentava ele que não se sentia – o trocadilho é inevitável – diminuído com aquela prática. Pelo contrário.

Pela primeira vez em toda a sua vida ele se sentia realizado. Tinha um emprego, amigos, ganhava salário e gorjetas, e nunca fora tão feliz. A decisão do Conselho o obrigava a voltar para o mundo onde vivia esquecido e invisível.


"Luke, você descobrirá que muitas das verdades às quais nos prendemos dependem do nosso ponto de vista." Obi-Wan Kenobi em Star Wars.  

É exatamente este entendimento que precisamos. Primeiro que as nossas certezas dependem de como fomos criados, de onde nascemos e quais as nossas paixões. Segundo, as vezes emitimos opiniões em defesa de pessoas, mas na verdade o defendido nem mesmo queria isso!

Estamos em um momento abençoado, onde temos muitos meios de exibir nossas certezas, nossas convicções e defender nossos pontos de vista, onde ter a concordância (curtidas e etc.) de centenas de pessoas, nos faz mais feliz e onde a voz de desconhecidos ganham força.

No entanto, entendo que devemos ponderar quando emitir nossas convicções, pois existem assuntos que são deveras complexos para que todos falem a respeito! Por exemplo, quantos de nós temos conhecimento da economia mundial, para opinar sobre as estratégias econômicas do país? Mas caso aconteça algum problema, em 10 minutos saberemos tudo, para opinar e ter a solução!

Termino este breve relato com mais uma frase do Ministro Luís Roberto Barroso.

"Para viver uma vida boa, uma vida completa, cada um deve procurar o bem, o correto e o justo. Mas sem presunção ou arrogância. Sem desconsiderar o outro."


Indico sem sombra de dúvidas a seguinte leitura:


Abraços,
Eliakin Cari

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